Nossa moral é alta, baixos são os ataques contra a Previdência Social e contra os Trabalhadores
Senhor Presidente,
Recebemos a notícia da
nomeação do novo Presidente do INSS e logo em seguida fomos surpreendidos pela
publicação de sua manifestação na mídia, falando sobre NÓS, Servidores do INSS:
“Funcionários do INSS tem a moral relativamente baixa” e dentre outras coisas
que o atendimento precisa ser mais “humanizado”.
Acreditamos que não seja de
bom tom, emitir opiniões sobre aquilo que não se tem conhecimento, muito menos
de forma pejorativa. E por isso iremos nos apresentar e também o Instituto do
qual o Senhor será o Presidente:
Nós, Servidores do INSS, somos
aproximadamente 37,1mil servidores (32.832 Técnicos e Analistas e 4.247 Peritos
Médicos) estamos espalhados por mais de 1.600 Agências da Previdência Social,
Gerências Executivas, Superintendências e Direção Central! Somos Técnicos, Analistas,
Peritos Médicos e acima de tudo SERVIDORES PÚBLICOS e nossa moral não é
“relativamente baixa”!
Somos responsáveis por 33,1
milhões de Benefícios em manutenção;746 mil novos requerimentos/mês;940 mil
benefícios em análise; 4,0 milhões de ligações recebidas nas centrais 135;627
mil perícias realizadas/mês.
Nossa moral não é
“relativamente baixa”, somos nós os responsáveis pela manutenção dos números
acima citados e muitos de NÓS passaram a vida trabalhando na construção e
manutenção do INSS, mesmo sob os mais diversos ataques e tentativas de desmonte
da previdência social.
Consideramos baixos os ataques
à Previdência Social e aos direitos dos trabalhadores como a proposta de
alteração das regras da aposentadoria por tempo de contribuição, alteração nas
regras da aposentadoria por idade e qualquer outra alteração que retire
direitos dos cidadãos, contribuintes ou não, servidores ou segurados do Regime
Geral de Previdência.
O que consideramos baixos, são
as desculpas esfarrapadas e os argumentos falaciosos que tentam incutir na
população a ideia de que a previdência é deficitária e está quebrada.
Nós realmente queremos saber,
como uma Previdência deficitária, pode retirar 20% de sua arrecadação para
outra finalidade, como uma Previdência deficitária pode conceder tantas
benesses para as empresas (desonerações)?
Consideramos baixo, o ataque
que resultou na extinção do Ministério da Previdência; o quantitativo de vagas
para os concursos do INSS, a qualidade dos nossos sistemas, dentre tantas
outras coisas.
Agora vamos falar da humanização:
Temos acordo que o atendimento
tem que ser o mais humanizado possível, entretanto, essa visão não pode ser
simplista a ponto de considerar NÓS servidores os únicos responsáveis por ela: “Humanizar o INSS” começa por se enxergar a previdência
social como um direito do trabalhador.
“Humanizar o INSS”, significa
ser CONTRA qualquer retirada de direitos dos trabalhadores e cidadãos,
significa entender que trabalhamos com reconhecimento de direitos e não em uma
linha de produção, cercada de metas e mais metas de produtividade.
Significa, ter um olhar
sensível para as demandas dos servidores, que hoje estão em grande parte
adoecidos pelo excesso de cobranças e metas, falta de pessoal, pela falta de
valorização e por ver a perspectiva do sucateamento do serviço público cada vez
mais iminente.
Por fim, “humanizar o
atendimento do INSS” começa por tratar a política de previdência social como
uma política de seguridade social que deve ter como finalidade garantir o bem-estar
do trabalhador e não como fundo de recursos para empresários ou moeda de troca
para políticos
Esperamos que o novo
Presidente tenha a sensibilidade de ouvir/atender as demandas dos servidores
que há anos dedicam suas vidas aos segurados e usuários do INSS, e o “olhar
humanizado” para lutar pela garantia dos direitos dos segurados/usuários e dos
servidores.