sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Caminhos líricos

No dia 22 de novembro publicaram-se portarias que nos levaram cinco colegas. Todos exonerados a pedido, no propagado Plano de Demissão Voluntária promovido pelo governo federal.


Poderíamos dizer que é difícil comemorarmos com esses colegas a sua decisão, se nos ativermos somente à situação do quadro de servidores diante da nossa demanda crescente.


Também não é fácil afastar o desânimo e a desesperança, fomentados pela atual crise política e pelos ataques apelidados de reformas.


Mais complicado ainda é na seara afetiva, desapegar de pessoas com quem convivemos boa parte do nosso dia, e dividimos do perfurador ao lanche; do guichê às apostas na mega da virada; dos convites de formatura dos filhos aos livros de Direito Previdenciário.


Uma dessas pessoas veio com seu talento, trazer um pouco de luz para a escuridão da crônica diária previdenciária, ela veio trazer delicadeza para a poesia concreta da vida insSana.


Nos cachos dos cabelos e no doce sorriso de Lilian, podemos buscar o semblante de cada pessoa que um dia passou por este instituto, deixando um pedacinho de si e levando um pedacinho de nós. 


E olhando nos seus olhos de sensibilidade, podemos desejar a todos eles, do fundo de nossa alma a sorte dos justos, a sorte dos bons.


“A cidade de cimento fora esquecida em segundos. O caminho de pedras, com folhas secas, aceito por parecer familiar, talvez fosse o silêncio que a encantou ou as poucas casas do lugar com ares de moradores felizes, não sei, acho que nem ela sabia.”
LiriHá, O Lugar Mais Romântico da Cidade