No dia 22 de
novembro publicaram-se portarias que nos levaram cinco colegas. Todos
exonerados a pedido, no propagado Plano de Demissão Voluntária promovido pelo
governo federal.
Poderíamos dizer que é difícil comemorarmos
com esses colegas a sua decisão, se nos ativermos somente à situação do quadro
de servidores diante da nossa demanda crescente.
Também não é
fácil afastar o desânimo e a desesperança, fomentados pela atual crise política
e pelos ataques apelidados de reformas.
Mais
complicado ainda é na seara afetiva, desapegar de pessoas com quem convivemos
boa parte do nosso dia, e dividimos do perfurador ao lanche; do guichê às
apostas na mega da virada; dos convites de formatura dos filhos aos livros de
Direito Previdenciário.
Uma dessas pessoas veio com seu talento, trazer um pouco de luz para a escuridão da crônica diária
previdenciária, ela veio trazer delicadeza para a poesia concreta da vida insSana.
Nos cachos
dos cabelos e no doce sorriso de Lilian, podemos buscar o semblante de cada
pessoa que um dia passou por este instituto, deixando um pedacinho de si e
levando um pedacinho de nós.
E olhando nos seus olhos de sensibilidade, podemos
desejar a todos eles, do fundo de nossa alma a sorte dos justos, a sorte dos
bons.
“A cidade de
cimento fora esquecida em segundos. O caminho de pedras, com folhas secas,
aceito por parecer familiar, talvez fosse o silêncio que a encantou ou as
poucas casas do lugar com ares de moradores felizes, não sei, acho que nem ela
sabia.”
LiriHá, O
Lugar Mais Romântico da Cidade