terça-feira, 30 de janeiro de 2018

O GRANDE ESCÁRNIO NACIONAL COM O PROCEDIMENTO MÉDICO PERICIAL: PGAMP


Quem me conhece, sabe que sou avesso a qualquer forma usurpadora e oportunista de se dar bem a qualquer custo para ficar "bem na foto" aos olhos dos outros. 


Pois bem, sou servidor público concursado do INSS como perito médico desde 2005 e, desde lá, sempre lutei por melhorias de condições de trabalho para o nosso pleno exercício de um atendimento médico durante as perícias médicas do INSS de muita qualidade e excelência ao cidadão brasileiro. 


Faço parte de um movimento associativo que, neste momento está sob uma direção que a qualquer custo tenta manobrar a nossa categoria a vender na bandeja (como a história bíblica de João Batista), o capital de trabalho que detemos ao governo ilegítimo e, que arrasta o país e os brasileiros à vala comum da subserviência. 


Nesse contexto e, quando o mesmo ilegítimo governo, retirou de todos os assalariados, ativos ou aposentados, os míseros R$ 10,00 do reajuste do salário mínimo, nos oferece e nossa associação aceita, R$ 60,00 reais de bônus (que tem a triste alcunha de BOLSA-PERITO dentro do próprio INSS) por cada atendimento médico pericial EXTRA na rotina do nosso dia-a-dia de trabalho, como o brilho do outro de tolo oferecido e aceito ate agora por alguns peritos médicos. Sendo assim, a mesma associação acordou com esse desgoverno que todos que aderirem a esse formato de trabalho, terão que atender, além do que já atendem com muita dificuldade nas condições críticas rotineiras de trabalho (pouco vivenciadas por quem propõe projetos nos laboratórios) que temos, pelo menos mais 04 (quatro, obrigatoriamente no mínimo 4) pessoas por dia para receber o bônus prometido de R$ 60,00 reais por consulta (leia-se, procedimento exclusivo de ato médico) médico pericial. Ou seja, será possível um ganho real extra/dia de mais R$ 240,00, ou R$ 1.200,00/semana, ou seja, R$ 4.800,00 por mês a mais em conta. 


O que só não vê quem não aguçar a inteligência é que essa estratégia de gratificar trabalho por produção em agências do INSS sob as mesmas condições precárias de trabalho é a porta aberta que o governo quer para anotar na ponta do lápis ao fim, na análise dos números a mais produzidos por nossa mão de obra qualificada, que terceirizar, privatizar a perícia médica do INSS basta pagar R$ 60,00 por uma perícia médica a qualquer médico escolhido a dedo no mercado e não concursado como nós. Anotem isso e guardem!


Infelizmente, tenho visto algumas manifestações de adesão no meio da categoria Brasil afora a essa estratégia de risco e objetivos duvidosos do desgoverno vigente. E, isso acontecendo com colegas servidores públicos é de lamentar muito, mesmo neste momento em que o governo desgasta a imagem do servidor público a rodo em nome da famigerada Reforma da Previdência, como se nós, funcionários públicos concursados, em nossa árdua atividade diária de carreira conquistada através de concurso público e não de QI (quem indica para vagas públicas), tivéssemos um valor diferente de todos os demais ou nenhum valor de existir para a sociedade enquanto serviço público, vejo com tristeza a aceitação dessa moeda de troca inglória a que estamos sendo expostos.

 

Neste mesmo momento em que avançam as garras da politicagem sobre direitos trabalhistas, sobre direitos sociais conquistados por lutas coletivas históricas e sangrentas ao povo brasileiro, vejo minha categoria associativa interna ao INSS se render de forma vexatória com um pires nas mãos. 


Ao mesmo tempo em que há um movimento nacional dos Peritos Médicos e Assistentes Técnicos Médicos de fora do INSS e, com um valoroso e similar trabalho técnico de PERÍCIA MÉDICA,  que está organizando uma manifestação de outros peritos para o dia 21/02, em Brasília que, além do ato público, está se aguardando agendamento de audiência pública e de reunião com CSJT e TST, com a participação de peritos de todo país. A Pauta é levar ao TST, CSJT e Congresso Nacional nossa reivindicação sobre pagamento de honorários periciais modificado pela MP da Reforma Trabalhista no artigo 790B que, interfere na atividade dos peritos e assistentes técnicos (ONDE TAMBÉM ATUO), pois sem perícia médica, não há demanda de assistente técnico.


Precisaremos da participação em massa dos peritos médicos que primam por excelência no trabalho técnico noutras esferas diversas daquela do INSS. Nessa empreitada eu estarei dentro, na do INSS NÃO e NÃO por R$60,00 porque tenho certeza que meu procedimento médico/minha conduta médico pericial vale muito mais que 60 pilas.

* Programa de Gestão das Atividades Médicas Periciais (PGAMP)

Att
Márcio Leno Maués, (rumo aos meus 25 anos de compromisso com a boa e honesta Medicina neste ano de 2018)


imagem solicitada na publicação pelo autor


* O texto é de responsabilidade do autor(a) e não reflete necessariamente a posição do Blog.

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