O blog NósdoINSS no intuito de contribuir com a discussão estará a partir de agora postando uma série de textos e questionamentos sobre o INSS DIGITAL e os seus impactos para a nossa rotina de trabalho e possíveis desdobramentos em nossa carreira.
Mande você também o seu texto ou questionamento.
Texto do Colega Andre Veroneze (Postado no facebook em 20/07/2017):
O Meu INSS tende a diminuir o número de atendimentos espontâneos (orientação, extratos, etc.), assim, alocando maior força de trabalho na análise de processos.
Já o INSS Digital vai possibilitar que as desigualdades regionais entre demandas e força de trabalho sejam equalizadas, aumentando assim a capacidade efetiva de análise de processos.
Esses dois projetos visam aumentar a dedicação dos servidores à área fim do instituto para suprir a falta de mão de obra que tende a se agravar com o elevado número de servidores em condições de se aposentar. É uma corrida contra o tempo.
Vale destacar que, até o presente momento, sequer foram convocados todos os aprovados dentro do número de vagas ofertadas pelo edital do último concurso do INSS, então, não vejo motivos para supor que teremos contratações expressivas no futuro através de novos concursos.
Dentro desse cenário de transição, pois vivemos um momento divisor de águas com o declínio do número de servidores e maior automatização na execução dos serviços, surgem alguns questionamentos que considero pertinentes:
1. Esses projetos são capazes por si sós de solucionar a falta de mão de obra na autarquia?
2. Quanto recairá sobre os ombros dos poucos que ficaram caso esses projetos sejam insuficientes para dar cabo da demanda?
3. E nossa carreira, seremos eternos técnicos trabalhando como analistas? Nenhum estímulo ao aperfeiçoamento profissional? Nenhuma expectativa de crescimento dentro do INSS?
4. Continuaremos a ter parte expressiva de nossa remuneração composta por gratificação proporcional ao desempenho?
5. Jornada de trabalho indefinida e ameaçada por “sobreaviso” e/ou índices?
6. Na etapa final do INSS Digital com a possibilidade de teletrabalho (home office), arcaremos exclusivamente com as despesas para infraestrutura, tecnologia e segurança sem qualquer ajuda pecuniária ou material por parte do instituto?
7. A automatização e a terceirização nos ameaçam?
A princípio, são questionamentos importantes a serem feitos neste momento enquanto ainda somos fundamentais para o bom funcionamento da autarquia e para o reconhecimento de direitos previdenciários, enquanto ainda podemos brigar por nossa valorização, pois caminhamos para a automatização onde seremos cada vez menos necessários e impotentes diante das decisões governamentais sobre nossos cargos e carreiras.
Andre Veroneze
20/07/2017